O Marco Civil da Internet na jurisprudência do STJ: e-commerce e empresas estrangeiras

O Marco Civil da Internet na jurisprudência do STJ: e-commerce e empresas estrangeiras

25/07/2025 Off Por Diogo Santos

O Marco Civil da Internet, estabelecido no Brasil em 2014, representa um avanço importante na regulamentação da internet no país, refletindo a necessidade de proteção dos usuários e também trazendo diretrizes para a ética nas relações comerciais eletrônicas. Um aspecto relevante e que merece discussão é como o Marco Civil é interpretado no âmbito das empresas estrangeiras que atuam no e-commerce no Brasil.

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem decidido sobre casos que confirmam a importância do Marco Civil na regulação do vácuo jurídico que cercava o e-commerce. Com o aumento da venda online por empresas de fora do Brasil, a proteção ao consumidor torna-se uma questão mais complexa, demandando uma análise cuidadosa de como as leis brasileiras se aplicam neste contexto.

O Marco Civil se propõe a garantir um ambiente seguro e transparente na internet, e isso inclui a proteção da privacidade do usuário e a defesa de seus dados pessoais. Quando empresas estrangeiras entram no mercado brasileiro, elas não estão isentas das práticas previstas na legislação nacional. As decisões do STJ têm reafirmado que é possível responsabilizar tais empresas por eventuais danos causados a consumidores brasileiros através de plataformas eletrônicas.

Um exemplo disso são os casos em que o STJ decidiu que empresas que oferecem serviços online e que têm uma presença significativa no Brasil, mesmo que sejam registradas em outros países, são passíveis de serem processadas por danos relacionados à falhas na prestação dos serviços ou desrespeito a direitos do consumidor. Essa é uma importante conquista para os consumidores, pois garante que eles tenham um recurso legal a serem utilizados caso seus direitos sejam violados.

Com os processos jurídicos gravitando em torno da temática do Marco Civil, aumenta a fiscalização sobre práticas comerciais que podem ser vistas como abusivas. Um entendimento mais rigoroso do STJ em relação à jurisprudência do Marco Civil ajuda não apenas os consumidores, mas também as empresas, que são encorajadas a operarem de forma mais ética.

Além disso, com a adoção de regulamentos mais rigorosos, o Brasil pode se tornar um mercado mais atraente para empresas que buscam operar de forma responsável e ética. A ideia de assegurar que um padrão elevado de proteção ao consumidor também ata principalmente a reputação e a credibilidade do próprio e-commerce brasileiro.

Nesse sentido, a jurisprudência do STJ e a interpretação do Marco Civil devem continuar evoluindo à medida que o e-commerce cresce no Brasil. Assim, o diálogo entre o legislador, o judiciário e as empresas estrangeiras se torna vital para a construção de um ambiente de negócios mais sustentável e equilibrado.